
31 Jan 2019
TPA e Infrasat assinam acordo de fornecimento de capacidade de sinal
Fonte:Jornal de Angola
Os telespectadores da Televisão Pública de Angola (TPA) vão, a partir de agora, notar melhorias na qualidade de imagem e da expansão do sinal em todo o território nacional, com a assinatura sexta-feira, 25, do contrato entre a empresa e a Infrasat.
A assinatura do contrato, entre a empresa e a Infrasat, enquadra-se na compensação dos serviços que a Televisão Pública de Angola devia receber do projecto Angosat-1, negociado com a Rússia, após a perda do primeiro satélite angolano.
Desta forma, a TPA, que tem uma cobertura nacional de 72 por cento, vai poder expandir o sinal para todo o território e oferecer aos clientes um sinal de qualidade.
A capacidade vai passar dos actuais 10 para 16 MHZ, com a possibilidade de incremento, para mais eficiência na rentabilização, de acordo com o director de Engenharia da TPA, Rui Koj. O acto foi testemunhado pelos ministros da Comunicação Social, João Melo, e das Telecomunicações e Tecnologia de Informação, José Carvalho da Rocha.
O contrato para a venda de reserva das capacidades do Angosat-1 foi assinado em Julho de 2017, com a sociedade comercial angolana “Infrasat”, num acto que marcou o lançamento oficial da campanha de comercialização do satélite angolano.
Governo quer retomar televisão digital terrestre
O ministro da Comunicação Social, João Melo, afirmou ainda que uma das prioridades do sector é retomar o projecto de televisão digital terrestre, por se tratar de um compromisso assumido pelo Governo.
João Melo, que falava no acto de assinatura do acordo entre a InfraSat e a Televisão Pública de Angola (TPA), disse ainda que o projecto de televisão digital terá este ano um grande impulso.
Para o ministro, o acto de assinatura do acordo confirma que o Angosat-1 não “faleceu”, porque, apesar do percalço técnico que ocorreu, o acordo negociado pelo Estado e a parte russa, que permite este tipo de compensação, está a funcionar.
O acordo vai permitir à TPA usar o sinal do satélite por um custo inferior ao actual e aumentar a sua capacidade e qualidade tecnológica, sendo também uma prova de que é possível fazer mais com menos recursos, salientou o governante.
Estudos feitos pela TPA apontavam para adopção da televisão digital, a partir de 2016, em substituição da analógica, no quadro das recomendações da União Internacional das Telecomunicações (UIT). O processo só começa a ganhar consistência três anos depois.
João Melo sublinhou, por outro lado, que os ministérios da Comunicação Social e o das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação estão a trabalhar para a resolução dos problemas que o sector da comunicação social enfrenta do ponto de vista técnico.
“Estamos ambos preocupados e engajados com o aumento da expansão do sinal de rádio e televisão em todo território nacional “, disse.
Por seu turno, o ministro das Telecomunicações e das Tecnologias de Informação, José Carvalho da Rocha, disse tratar-se de um acto simples, mas com muito significado, não só para a TPA, mas para todos que trabalham no programa do Angosat.
“Esperamos que, com isto, estejamos a contribuir para que a TPA possa usufruir das capacidades disponíveis e que estas capacidades sejam também usufruídas pelos outros sector estratégicos do Estado”, disse.
Angola já beneficia, desde Setembro de 2018, um terço da capacidade para compensar a falha do Angosat-1, lançado em 26 de Dezembro de 2017.
O País está a ser compensado com sinal de dois satélites, sendo o AM7 que envia sinal na banda C e o E3B que emite sinal para a banda KU, disponibilizados pela Rússia, país construtor do Angosat, que até que seja entregue às autoridades angolanas o Angosat-2”.
São compensações que visam colmatar os problemas verificados no Angosat-1, à luz do contrato que obriga a parte russa a assumi-las na totalidade, incluindo as reservas feitas pelos interessados na compra do sinal. E, por sua vez, traduzem-se na atribuição, sem qualquer custo para Angola, de 216 Megahertz na Banda C, e 216 Megaheartz na Banda Ku, enquanto o Angosat-2 estiver em construção, para suportar todos os serviços necessários.
Esta compensação derivou da inoperância do Angosat-1, lançado em 26 de Dezembro de 2017, que apesar de continuar em órbita não apresenta os parâmetros para os quais foi contratado. Para evitar prejuízos à parte angolana, foram accionadas as cláusulas contratuais, que impõe à parte russa a obrigação de compensar pelos danos.
A exploração comercial do Angosat-1 começaria em Abril de 2018. A sua construção iniciou em 2012, no seguimento de um acordo assinado entre Angola e a Rússia, em 2009.
